terça-feira, 19 de junho de 2012

Revista Veja faz crítica positiva da apresentação de Lana Del Rey no Sónar Music

Daniel Setti, da revista Veja, fez uma crítica positiva do show de Lana Del Rey no festival espanhol Sónar.
Confira:
Exclusivo: Lana Del Rey ao vivo – a musica sexy e hiperbadalada supera nervosismo e cai – literalmente – nos braços do público de festival em Barcelona



Era grande a expectativa para o primeiro show da etapa europeia da atual turnê de Lana Del Rey, ocorrido de sexta, 15, para sábado, 16, no festival Sónar, em Barcelona. Sim, ela se apresentara em Londres em abril, mas a performance na capital catalã, conferida por Música no Blog, iniciava uma bateria para valer de 11 datas no Velho Continente, a terminar em 15 de julho em Ferropolis, na Alemanha.
E não apenas a badalação exponencial em torno da neomusa de voz elegante, canções sofridas, visual e nome inspirados nas grandes sex symbols clássicas de Hollywood motivavam a curiosidade de Música no Blog.
Urgia também averiguar in loquo se a loira dos lábios suspeitos havia mesmo se recuperado de sua controversa aparição ao vivo em edição do célebre programa televisivo americano Saturday Night Live, da NBC, em janeiro.
Na ocasião, divulgando o lançamento de seu aguardado álbum de estreia Born To Die, uma nervosa Lana simplesmente não segurou a onda, com a voz reduzida a um fiapo indeciso ao interpretar o belo hit “Video Games”. Tornou-se alvo de uma tempestade de críticas e assunto para inesgotáveis piadas na internet.
Volta por cima
Pois o veredito? Lana mostrou que deu a volta por cima.
Sexy como se propõe descaradamente a ser, em sandália de salto altíssimo e vestido claro curto que deixava as insinuantes coxas à mostra, a gata americana de 25 anos subiu às 23h45 ao SónarPub, o melhor palco da porção noturna do evento.
Atuou à vontade, corando levemente aos brados de “guapa!” (“bonita”, em espanhol) e soltando até alguns fucking e outros palavrões para demonstrar sua alegria em estar ali. Entre agradecimentos e sorrisos, não se intimidou com as centenas de câmeras apontadas para sua silhueta e olhares hipnotizados, despejando nove canções, seis delas do repertório de Born To Die.
Arranjos que priorizam a voz
Em opção ousada, sobretudo em se tratando de um festival que destaca os beats pesados de música eletrônica, Lana despe os arranjos de quaisquer artifícios tecnológicos; um quase-hip-hop como “National Anthem”, por exemplo, volta a ser uma potente quase-balada. Apoia-se somente em piano, guitarra e um quarteto de cordas formado por quatro beldades que poderiam rivalizar com a estrela do show em graça.
O Pub, enorme espaço ao ar livre acostumado a abrigar bandas e DJs de robustos decibéis, se deixou seduzir pela atmosfera criada pela fatal moça que, justamente pela pegada intimista, necessita ainda mais de sua bela voz para dar o recado satisfatoriamente.
Del Rey, Elvis gordo, Barbie: referências pop em cena
No telão ao fundo, enquanto a Sra. Del Rey aceitava um óculos escuros presenteado por um fã, contemplava-se um pastiche de pop americana que ela adora utilizar para decorar o seu conceito: filmes em Super-8 da família Kennedys, Elvis na fase gordo em Las Vegas, a boneca Barbie, cartuns, trechos de Let’s Get Lost (1988), documentário de Bruce Weber sobre o trompetista Chet Baker (1929-1988) e o logo do lendário Del Rey, modelo automobilístico da Ford cujo nome Lana adotou como parte do pseudônimo.
Durante “Lolita”, surgiram na tela passagens da sexy heroína animada Jessica Rabbit em confronto a opressores vídeos institucionais para mulheres na década de 1950. E, ao misturar pequenas passagens visuais dela própria a este pacote de referências fílmicas, Lana se insere nesse imaginário pop como a Loira Perigosa e Impossível que quis – e conseguiu – tomar a internet de assalto.
Após uma segura versão de “Video Games”, a bela se rendeu. “Eu queria fucking descer aí”, avisou. Dito e feito: pediu ajuda aos seguranças, que a levaram aos braços do povo. Ou quase isso, já que se contentou em desfilar pelo vão que separa a plateia do palco. Sorridente ao distribuir beijos aos admiradores, ouviu declarações como “ele te ama muito”, em inglês, de um tiete apontando outro amigo mais tímido que não conseguiu chegar tão perto.

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